R: Estamos em um período de transição do fator anti Xa para o fator anti XI. O fator anti XI é uma droga que sangra menos, ponto. Ele foi desenhado para ser superior aos anti Xa nesse quesito, dando para combinar com terapia antiplaquetária dupla e ser utilizado para indicações arteriais, fibrilação atrial e AVC isquêmico, principalmente os criptogênicos, que têm alto potencial de sangramento com os DOACs. Ademais, tem espaço para trombose venosa profunda em pacientes com maior potencial de sangramento, como doentes renais crônicos e com neoplasias.
Vai demorar para sair, estamos no meio da fase 3 de estudos grandes, estudos com 8 a 15mil pacientes. Temos 2 programas maiores: um da Bayer – Oceanic – que a droga chama Asundexian, que está sendo avaliada principalmente em pacientes com fibrilação atrial, AVC isquêmico criptogênico e pacientes frágeis com indicação de anticoagulação mas alto potencial de sangramento, como idosos e renais crônicos. E outro estudo grande, da Bristol com a Jansen que a droga chama Milvexian. Ambos antiXI orais.
Injetável, temos o Abelacimab, anticorpo monoclonal anti fator XI dose única, meia vida de seis meses e reversível, que foi testado e publicado no New England com uso na ortopedia para profilaxia para TEV. E tem dois estudos grandes utilizando esta droga avaliando o uso em trombose venosa profunda associado ao câncer, dose única. Mas ainda não temos previsão desta droga no mercado.
Voltando aos DOACs, eu fui um grande crítico dos genéricos, mas após análises moleculares, apesar de não conseguir ainda definir equivalência de concentração, a molécula é a mesma, então hoje eu não tenho restrições e isso foi um ganho para os pacientes que hoje têm mais acesso.
DR. EDUARDO RAMACCIOTTI